segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DIREITO À LUTA



            Com o ataque em Paris desta sexta feira 13 o ocidente dá uma demonstração de total estupidez e prova de que os avanços científicos e tecnológicos de que tanto se orgulha é um nada diante da miséria, fome e espoliação porque passaram povos da Asia, Africa, Américas e da  própria Europa para enriquecimento, cada vez maior, de um  grupo seleto, deixando à margem das benesses dos avanços conseguidos, um contingente, no mundo, de mais de 80% de pessoas, formando um potencial de revolta que todo conhecimento humano é incapaz de conter e dar um basta. Todos sabem que o dinheiro pode comprar quase tudo e quase todos, mas não tudo nem todos.
         Há sonhos do ser humano que o homem não abre mão e é nesta hora que luta para defender seus sonhos. Chamem terrorismo ou o que quiserem, mas o fato é que é uma luta por ideais, e como ideias só são boas para quem as adota, se olhar por este angulo, a conclusão lógica que se chega, é que não há ideia boa, nem má. Elas são simplesmente ideias. Neste passo, capitalismo, socialismo, comunismo, cristianismo, islamismo, budismo ou seja lá o que for não são bons nem maus. Também, ficou patente que impor ideias pela força não resolve o problema da humanidade, e por aí, é forçoso admitir, que nenhum guerra é justa. Ou melhor, quem faz guerra não tem razão, nenhum dos lados. Mas o que o homem quer é impor ao outro  que sua minha guerra é justa e a do outro injusta. Eu, querendo impor minha ideia sou justo, você querendo impor sua, é injusto. Neste impasse a guerra não tem fim.
Mas a par disto, vem outra questão: Se minha ideia é a boa e minha guerra justa, toda forma de luta é justa, posso usar de todas as armas possíveis para defender meus sonhos e aí o terrorismo passa a ser uma forma justa de guerra. Aliás, mesmo nas guerras convencionais havia terrorismo, senão não se teria explicação para ataques surpresa que matassem guerreiros e não guerreiros e até quem ainda não nasceu.
Por isto justificar-se o emprego das armas que se tem à mão. Não se trata aqui de saber se os sonhos são, bons ou seja lá o que for, porque o meu sonho é sempre bom o do outro é que não presta. Para impor um sonho, uma forma de vida ou um ideal, a chamada democracia, por exemplo, a classe dominante usa o aparelho do Estado ou seja a força através das leis, da policia, forças armadas. O que dá como corolário lógico o uso  de forças não convencionais para combater um ideal e defender outro.
               Aqui entra uma  variante que os estudiosos, preocupados em ir a outros planetas ou mesmo em gozar as benesses do capitalismo, não param para pensar. É a criação de um novo conceito de Estado. O califado, que não é novo, mas está vindo com nova roupagem. O conceito de um Estado sem território e sem povo  definidos. Por este novo conceito, onde quer que haja um cidadão que comungue com seus ideais se transforma em soldado deste Estado sem pátria cuja caraterística principal é que não estando em lugar nenhum, está em toda parte.
                Isto  o Ocidente não entendeu, e, por esta razão mesma, usa de estratégias e táticas ultrapassadas para combater o que se convencionou  chamar de terrorismo.
                 Vai quebrar a cara e talvez seja o fim da tão decantada civilização ocidental. Séculos de pilhagem e sujeição se transformaram em século de ódio e revolta. Não se orgulha o Obama de ter matado Bin Laden? Pois que fruto colheu? Estão surgindo Bin Ladens dentro do próprio lar dos ocidentais. Mas o perverso, o bárbaro, o fanático é sempre o outro. Olhando assim, a guerra não é bom para quase ninguém, salvo para os que se beneficiam diretamente com a guerra, como fabricantes de armas e todo o material que se precisa para sustentar uma guerra. Até quando, então vai-se continuar pensando desta forma?  Até quando vamos fazer guerras para sustentar meia a duzia que comanda o mundo?  Não à guerra, sentemos e conversemos.